Saturday, February 6, 2010

Poema de Sábado

O poema de hoje é especial para mim porque o autor é da minha cidade-natal - Manaus/Amazonas.
Quando tinha por volta de 13 anos, encontrei um livro de poesias em meio aos livros de Direito do meu pai, o que me chamou a atenção foi a cor da capa - ROSA (minha cor favorita) e tinha uma foto do nascer do sol. Lindo! Os poemas eram simples mas de uma intimidade com as palavras que me deixou encantada.

Alguns anos depois minha mãe me viu lendo o livro (de novo e de novo) e notou o nome do autor - Antonaccio - "É o pai da Cacilda" - ela disse. "Pai da Cacilda? Aquela sua amiga, dona da Pap-Tip?!" - perguntei. Era ela mesma. Pensei que o assunto fosse morrer ali mas algumas semanas depois recebi não apenas um, mas quatro livros autografados pelo próprio Gaetano Antonaccio, sua coletânea completinha e ainda com dedicatória! Fiquei encantadíssima, lembro que nem queria tocar muito nos livros para não sujar ou amassar as folhas.

Levei-os numa viagem de férias ao nordeste (esse era o nosso destino de todas as férias na adolescência, 2 ou 3 meses em Fortaleza - depois da primeira semana eu tava desesperada para voltar pra casa!), coloqui-os na mala e quando cheguei em Fortaleza, minha mala estava com o cadeado rompido e meus preciosos livros não mais ali estavam! Nem lembro quantos dias chorei...

Então... por isso que o poema de hoje é especial - Gaetano Antonaccio não é muito conhecido, ele é um poeta calado, não faz divulgação em massa, pouco se acha sobre ele pela internet mas eu o admiro muitíssimo e cheguei até a memorizar dois dos meus poemas favoritos - Primavera e Vida, que compartilharei com vocês no futuro.

Cheiro de Banho

Sempre pela noite quando venho,
Quando te tenho, quando não tenho,

Eu sinto um prazer estranho
Um cheiro de corpo, cheiro de banho,

E meu corpo, da noite cansado,
Repouso no teu colo molhado.

E ao enlaçar teus braços macios
Sinto nas mãos teus selos frios,

Que se intumescem, se aquecem
E numa volúpia voraz, endurecem

E aí me invade um desejo carnal
E eu te afago no prazer sexual ...

Depois, quando retorno e te deixo
Me sinto feliz, de nada me queixo,

É como se a vida me reanimasse
E o nosso amor jamais terminasse.

(Gaetano Antonaccio)

1 comment:

Anonymous said...

Que romântico... lindo o final ;)