Thursday, December 23, 2010

Final de Ano e afins

Gente do céu, eu abandonei meu blog completamente esse mês. Que vergonha!
Dezembro deve ser o mais corrido para todo mundo, ainda não consegui terminar de ler o livro escolhido para o BookClub de Dezembro - The Mistery of Edwin Drood, sendo que a primeira reunião já aconteceu (e nenhuma de nós conseguiu ler o livro todo) e a segunda reunião tá chegando e eu não estou nem na metade.

Mas eu amo Dezembro, amo essa época de Natal. Amo as casas decoradas, as luzes, o frio, a empolgação de todos, as comidas, a troca de presentes... é minha temporada favorita - "It's the most wonderful time of the year"...
E com Dezembro também temos a Feira de Natal do Charles Dickens, que já está virando tradição no BookClub. Esse é o segundo ano que participo, e como regra, temos que ler um livro do Charles Dickens para discutirmos durante a feira de Natal. Ano passado comentei com vocês aqui e aqui, esse ano levei comigo o marido e a enteada e foi muitíssimo bom. Compartilho a foto tirada com as minhas companheiras do Clube do Livro, nem todas estão aí porque não poderam comparecer.

E vocês, amam Dezembro também? Onde passarão o Natal? Em casa? Viajando?
Desabafem, compartilhem!

Friday, December 10, 2010

Aniversário de Clarice Lispector

Em 10 de dezembro de 1920 nascia Haia Lispector, nossa querida Clarice Lispector.
Nem preciso ser repetitiva e dizer o quanto gosto da Clarice, seus textos, a história da sua vida.
Clarice Lispector consegue colocar em palavras o que não conseguimos nem organizar em pensamento. Sua escrita introspectiva que vasculha fundo a problemática existencialista cativa seus leitores... quem consegue não gostar de Clarice?!

Então vamos deixar de blablabla e nos deliciar com um poema de Clarice...

Estrela perigosa


Estrela perigosa
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idéias
ora pro nobis
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.

No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.

Saturday, December 4, 2010

Poema de Sábado

Music I Heard

Music I heard with you was more than music,
Música que contigo ouvi foi mais que música,
And bread I broke with you was more than bread;
E pão que contigo compartilhei foi mais que pão;
Now that I am without you, all is desolate;
Agora que sem ti estou, tudo é vazio;
All that was once so beautiful is dead.
Tudo que o dia bonito foi morreu.

Your hands once touched this table and this silver,
Tuas mãos um dia essa mesa e talheres tocou,
And I have seen your fingers hold this glass.
E teus dedos eu vi a segurar essa taça.
These things do not remember you, beloved,
Essas coisas não lembrar-te-ás, amada,
And yet your touch upon them will not pass.
E ainda assim teu toque neles ficará.

For it was in my heart you moved among them,
Pois foi em meu coração que por eles mover-te,
And blessed them with your hands and with your eyes;
Abençoando-os com tuas mãos e olhos;
And in my heart they will remember always,-
E em meu coração para sempre será lembrado,-
They knew you once, O beautiful and wise.
Que um dia te conhecemos, Oh sábia mais bela.

Conrad Aiken,  1889-1973