O mais engraçado é que eu demorei mais de dois anos para ler The Portrait of a Lady - O retrato de uma Senhora, em português - desde o dia que comprei o livro... quando terminei de ler Something Borrowed, após 3 livros contemporâneos, bateu uma saudadezinha dos clássicos e foi quando eu, tentando escolher o próximo livro bisbilhotando minha estante, bati o olho em Henry James... Exatamente no período que comecei a preparar minha viagem de férias pela Europa.
A nossa heroína Isabel Archer recebeu convite da tia, Sra. Touchett, para passar uma temporada com ela em sua residência em Florença, Itália. No entanto, a tia é casada com o Sr. Touchett, americano proprietário de um banco em Londres. Antes de desembarcar na Itália, Isabel, que quando criança quando os pais eram vivos, costumava visitar apenas as redondezas da sociedade Nova Iorquina e algumas poucas vezes pisado em Paris, agora se vê diante de um mundo de oportunidades.
Isabel Archer é descrita como uma jovem independente, de mente ativa e brilhante e modos refinados, inteligente e com sede por sabedoria, que após a morte do pai, viu-se renegada a uma vida simples, com sociedade limitada devido aos erros financeiros do patriarca da família. Isabel cativa seus amigos próximos, e encanta aqueles que acabaram de conhecê-la.
Poucos dias após a chegada a Gardencourt, residência da família Touchett in Londres, Isabel tem a certeza de ter conquistado admiração do tio Sr. Touchett, e do primo Ralph Touchett para sempre. O que ela não contava é que o milionário Lord Warburton, melhor amigo de Ralph, encantado pela nossa heroína, a pediria em casamento depois de encontrá-la apenas duas vezes na vida. Isabel recusa o Lord não apenas porque já havia deixado o Sr. Goodwood esperançoso por um sim na América, mas porque Isabel busca a liberdade, a independência, ela quer conhecer o mundo, aprender, sem ter a obrigação de voltar.
Esse é o impacto causado por nossa protagonista, e embora eu queira muito contar os detalhes da história, o que me marcou mesmo nesse livro foi o fato de eu ter me identificado tanto com as aventuras de Isabel, do momento em que ela partiu da América, ao momento que ela chegou em Londres e aos outros destinos mencionados na história, suas expectativas, os desejos, a vontade de conhecer, visitar, testemunhar.
E daí ela parte para Florença com a tia e Ralph, após o falecimento do Sr. Touchett, sua situação é totalmente diferente. O tio Sr. Touchett, persuadido por Ralph, deixa uma grande fortuna de herança a sobrinha. Isabel agora é uma mulher rica, o que a impedia de conhecer novos horizontes era a falta de fortuna, com esse fator resolvido, Isabel tem o mundo a sua espera e ela está mais que disposta a fazer jus ao seu novo título.
Pouco tempo após sua chegada a Florença, Madame Merle a apresenta ao excêntrico Sr. Osmond. Aquele que não tem fortuna mas guarda em si 'a maior das qualidades', o conhecimento, a sabedoria. Sr. Osmond não tinha o menor interesse em conhecer Isabel, mas foi persuadido por Madame Merle a conhecer essa moça inteligente que acabou de receber uma enorme herança.
Sem dúvida Sr. Osmond deixou uma marca em Isabel, havia algo naquele homem que o diferenciava de todos os outros, ele era simples mas isso não o desmerecia, e ele tinha orgulho disso. Isabel sentia que havia mais que admiração em Osmond, havia algo que a atraía a ele e vice-versa, mas Osmond não a pediu pra ficar, e ainda a incentivou a conhecer o mundo... voa passarinho, voa e conhece, se tiver que ser, para cá voltarás.
Isabel parte em direção ao desconhecido, passeia encantada pelas ruas de Paris, perambula feliz pelas ruas de Londres, admira história pelas ruas de Roma, por vezes acompanhada do primo Ralph, outras pela amiga feminista Henrietta. Isabel chega até o Marrocos dessa vez com Madame Merle. Delícia!
Mas no final das contas, Isabel volta, e volta decidida a casar com Sr. Osmond, aquele que nunca a quis prender, que a ama e a merece. Isabel sabe que pode ser e fazer mais por Pansy, a filha do Sr. Osmond. E então eles casam. Contra todos, menos Madame Merle. As máscaras caem em pouco tempo, e Isabel que tanto buscava a liberdade, percebe que aquele a quem ela julgou o melhor dos homens, nada mais era que um vulgar, em busca da sua fortuna.
Como mencionou Stephen Koch, ''The Portrait of a Lady é um romance sobre sonhos que não se tornam reais. É uma meditação sobre desejos e esperanças, em sucesso e fracasso, sobre o que a vida pode fazer para uma jovem intensa, cheia de imaginação do século XIX, que tinha quase tudo e quase todas as razões para acreditar que seus anseios seriam realizados.''
Através de Isabel Archer o leitor testemunha o desabrochar, os encontros e desencontros, as mudanças, as esperanças, as ilusões, o fracasso, e o resultado dessa mistura toda na vida de Isabel e daqueles em seu círculo. O que se passa pela mente de Isabel quando ela percebe que realmente foi enganada por aquele a quem ela julgava o mais elevado dos homens? Como não deixar transparecer para aqueles que foram contra o casamento que no final das contas, eles estavam certos? Como consertar? Eu fiquei surpresa com a decisão de Isabel no final da história, não sei se eu teria a mesma coragem... mas de uma coisa eu tenho certeza, coragem eu teria de visitar novamente cada um dos lugares mencionados na história.... ai, ai delícia!
A nossa heroína Isabel Archer recebeu convite da tia, Sra. Touchett, para passar uma temporada com ela em sua residência em Florença, Itália. No entanto, a tia é casada com o Sr. Touchett, americano proprietário de um banco em Londres. Antes de desembarcar na Itália, Isabel, que quando criança quando os pais eram vivos, costumava visitar apenas as redondezas da sociedade Nova Iorquina e algumas poucas vezes pisado em Paris, agora se vê diante de um mundo de oportunidades.
Londres |
Poucos dias após a chegada a Gardencourt, residência da família Touchett in Londres, Isabel tem a certeza de ter conquistado admiração do tio Sr. Touchett, e do primo Ralph Touchett para sempre. O que ela não contava é que o milionário Lord Warburton, melhor amigo de Ralph, encantado pela nossa heroína, a pediria em casamento depois de encontrá-la apenas duas vezes na vida. Isabel recusa o Lord não apenas porque já havia deixado o Sr. Goodwood esperançoso por um sim na América, mas porque Isabel busca a liberdade, a independência, ela quer conhecer o mundo, aprender, sem ter a obrigação de voltar.
Esse é o impacto causado por nossa protagonista, e embora eu queira muito contar os detalhes da história, o que me marcou mesmo nesse livro foi o fato de eu ter me identificado tanto com as aventuras de Isabel, do momento em que ela partiu da América, ao momento que ela chegou em Londres e aos outros destinos mencionados na história, suas expectativas, os desejos, a vontade de conhecer, visitar, testemunhar.
E daí ela parte para Florença com a tia e Ralph, após o falecimento do Sr. Touchett, sua situação é totalmente diferente. O tio Sr. Touchett, persuadido por Ralph, deixa uma grande fortuna de herança a sobrinha. Isabel agora é uma mulher rica, o que a impedia de conhecer novos horizontes era a falta de fortuna, com esse fator resolvido, Isabel tem o mundo a sua espera e ela está mais que disposta a fazer jus ao seu novo título.
Florença |
Sem dúvida Sr. Osmond deixou uma marca em Isabel, havia algo naquele homem que o diferenciava de todos os outros, ele era simples mas isso não o desmerecia, e ele tinha orgulho disso. Isabel sentia que havia mais que admiração em Osmond, havia algo que a atraía a ele e vice-versa, mas Osmond não a pediu pra ficar, e ainda a incentivou a conhecer o mundo... voa passarinho, voa e conhece, se tiver que ser, para cá voltarás.
Isabel parte em direção ao desconhecido, passeia encantada pelas ruas de Paris, perambula feliz pelas ruas de Londres, admira história pelas ruas de Roma, por vezes acompanhada do primo Ralph, outras pela amiga feminista Henrietta. Isabel chega até o Marrocos dessa vez com Madame Merle. Delícia!
Paris |
Mas no final das contas, Isabel volta, e volta decidida a casar com Sr. Osmond, aquele que nunca a quis prender, que a ama e a merece. Isabel sabe que pode ser e fazer mais por Pansy, a filha do Sr. Osmond. E então eles casam. Contra todos, menos Madame Merle. As máscaras caem em pouco tempo, e Isabel que tanto buscava a liberdade, percebe que aquele a quem ela julgou o melhor dos homens, nada mais era que um vulgar, em busca da sua fortuna.
''Ele não deseja que ela fosse estúpida. Muito pelo contrário, foi exatamente porque ela era inteligente que ela o agradou. Mas ele desejava que o conhecimento dela trabalhasse ao seu favor, e por acreditar que os pensamentos dela fossem abertos também pensou que seriam receptivos às suas idéias. Ele havia desejado que sua esposa sentisse como ele, acreditasse em suas opiniões, suas ambições, e preferências; e Isabel se fez acreditar que até que isso não lhe parecia insolência vindo de um homem tão realizado e de um marido, que a princípio, parecia tão carinhoso.'' (pag. 439)
Como mencionou Stephen Koch, ''The Portrait of a Lady é um romance sobre sonhos que não se tornam reais. É uma meditação sobre desejos e esperanças, em sucesso e fracasso, sobre o que a vida pode fazer para uma jovem intensa, cheia de imaginação do século XIX, que tinha quase tudo e quase todas as razões para acreditar que seus anseios seriam realizados.''
Roma |
No comments:
Post a Comment