Nem sei porque comprei esse livro, foi mais uma escolha aleatória em meio a uma pilha de clássicos. Estava sentado há mais de 1 ano na minha estante, meio que escondido atrás de pilhas de livros recém-comprados. Mas sabe aqueles dias em que você se sente meio que blue - chovendo uma chuvinha fina de preguiça, fria, sabes que temperatura não vai passar dos 10ºC e pensa que uma leitura rápida talvez faça a diferença?
Leitura rápida! Foi o que pensei quando escolhi Love the one you're with - Ame o que é seu, em português, meu primeiro chick-lit do ano!
"Aconteceu exatamente cem dias depois que casei com Andy, quase que no mesmo minuto da nossa cerimônia às três e meia da tarde" (pag. 01)
Ellen esbarra em Leo num cruzamento numa das ruas de Nova York. Há quase 8 (ou eram 6? esqueci!) anos atrás Ellie e Leo haviam terminado um conturbado, emocionante, voluptuoso relacionamento de 2 anos... Ela desejava o próximo passo na relação - Ele, muito pouco pensava ou queria isso naquele período da vida. Acabou meio que assim, sem uma grande briga ou uma longa discussão ou entre choros e palavras doloridas... nada disso... apenas um "acho que a gente deve terminar". Ponto.
Quando eles se reencontram, Ellie está numa outra etapa. Casada com Andy, o marido perfeito de todo chick-lit - de uma rica família tradicional (de Atlanta), com uma carreira brilhante a sua espera (advogado), super gato, loiro e de apaixonantes olhos azuis, irmão de sua melhor amiga Margot.
Mesmo amando o marido, Ellie não consegue evitar a nostalgia do encontro - primeiro ela quer sentir aquele gostinho de vingança, esfregar na cara de Leo que ela tá numa boa, que ele é passado e que o que viveram é mera lembrança. Mas depois de observar o comportamento de Leo - sentir que ainda resta algum conflito, um sentimento de caso-mal-resolvido - as dúvidas inundam seus pensamentos... o dolorido caso do SE!
E se tivéssemos conversado antes?
Se ele tivesse me procurado?
Se esse reencontro é coisa do destino nos reaproximando?
E se o casamento com Andy não era para ser?
A história é exageradamente envolvente - do ponto de vista feminino, mulherzinha! - a cada página o suspense e os conflitos aumentavam, com o desenrolar dos eventos sentia meu coração pulsar e a mão suar, sentia como se eu fosse a própria Ellen tendo que escolher o que poderia ter sido e o que é. Deixaria me envolver no flashback ou escolheria aceitar a decisão que já tomei? Escolheria o desafio das montanhas ou a mansidão da praia?
Incrível que eu fiquei torcendo para Andy (o marido) no início - "Fala sério Ellen! Vai trocar o certo pelo duvidoso?" - mas com o desenvolvimento da história, o passado de Leo e Ellie vai se revelando e a forte ligação dos dois vem a tona (logo no período que Andy e Ellen mudam para Atlanta e ela se sente miserável em meio a toda aquela gente rica e esnobe e Andy começa a mudar de atitute, ela se sente sozinha, solitária mesmo e Andy está lá com os amigos, jogando golf!) - daí comecei a torcer pelo Leo.
Confesso que quando terminei de ler (com a pela arrepiada e os olhos marejados - malditos chick-lit!) senti meu coração leve, um sentimento de ternura me envolveu e pensei no meu marido. Pensei no que EU escolheria se estivesse numa situação dessas."Mas talvez é a isso mesmo que tudo se resuma. Amor, não como um rompante de paixão, mas como uma escolha de se comprometer a alguma coisa, a alguém, não importa quais obstáculos ou tentações cruzem o meio do caminho. E talvez fazer essa escolha, de novo e de novo, dia sim e dia não, ano após ano, prove mais sobre a intensidade do amor do que se eu nunca tivesse que fazer tal escolha na vida" (pag. 331)
Sentei com ele e meio que resumi a história, a voz embargando, emocionada. Resumi e concluí respondendo a pergunta que havia feito a mim mesma ao terminar a leitura - Todos os relacionamentos que tive antes do marido foram terminados em situações adversas, até meio dramáticas, com um ponto final explícito, sem espaço para SEs, e até hoje quando, muito raramente, penso no passado, meu coração confirma que meu casamento e meu marido foram as escolhas mais certas para mim - daí o marido me olha com os olhos brilhantes, um leve sorriso no rosto, como que diz eu também te amo tanto!
Concluí que Love the one you're with veio para me mostrar nas suas entrelinhas que realmente o amor é comprometimento, é uma escolha e não uma opção, que eu escolhi o meu marido para a vida e não apenas para aqueles momentos que me sinto extremamente feliz, que tenho comigo meu melhor amigo e sou amada sem limites e isso me basta, sem dúvidas ou SEs. Fred me olhou profundamente nos olhos, como se examinasse minha alma e respondeu: "Mamy (amo quando ele me chama de mamy, não sei porque!), acho que acabamos de subir mais um nível!" - e me abraçou apertado, apertado!
Emily Giffin é super conhecida por seus chick-lits, já teve quatro deles na lista dos mais vendidos do The New York Times... formou em Direito pela Universidade de Virgínia mas decidiu largar tudo, mudar para Londres e escrever em tempo integral, se quiserem saber mais sobre ela, visitem o site: Emily Giffin
"E é exatamente onde eu pertenço e onde eu quero ficar, para sempre" (pag. 339)
3 comments:
Ju...
Mas que resenha tocante...
Olha, que lindo lermos uma resenha sobre amor e ainda no final nos depararmos com o seu testemunho, fiquei muito emocionada. Realmente o amor não é uma opção é um escolha e devemos nos comprometer-se com ele... Adorei =)
Um bom dia...
Bjinhus...
Q lindo Juh, uma experiência bem pessoal ao ler o livro eim!
bjs...
Acabei de ler essa resenha com lágrimas nos olhos...Demais Juh! Com certeza somos muito parecidas na opinião sobre relacionamentos passados e presente!Meu marido é meu porto seguro, meu amigão e parceiro. Não faria nada de diferente do que fiz até agora...Mas fiquei extremamente curiosa pra ler esse livro. Vou tentar comprar pela Barnes & Nobles que tenho o cartão...depois te conto!!
Valeu a dica!!
Beijo carinhoso
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