Finalmente tivemos a reunião do Bookclub para discutir A tree grows in Brooklyn, o que eu já tinha comentado aqui porque não aguentei esperar pela reunião... precisava compartilhar.
Não tive como não fazer uma comparação entre as duas escritoras abertamente consideradas feministas pelos críticos: Betty Smith e Kate Chopin. Na minha opinião, Betty Smith é a verdadeira feminista, todas as personagens femininas de A tree grows in Brooklyn demonstram uma força encorajadora diante das situações adversas enquanto seus maridos lamentam, choram, e se entregam aos vícios...
"Pode até ser minha culpa. Eu nunca soube como ensinar minhas filhas porque não tenho nada de valor em meu passado (...) Não mandei minha primeira filha para a escola. Eu era ignorante e não sabia que crianças de gente como nós eram permitidas educação pública nesse país. Por causa disso, Sissy não teve chance de ter um futuro melhor que o meu. Mas as outras três... você foi para a escola. (...) E já, já está começando - o progresso. (...) Essa criança nasceu de pais que podem ler e escrever', disse ela com simplicidade. 'Para mim , isso já me deixa maravilhada". (pag. 82)
Começando com a matriarca da família Rommely, Mary era analfabeta, sofreu nas mãos de uma marido repressor que a humilhava nas mais diversas situações. Apesar de calada, seus ouvidos eram atentos às situações externas. Foi Mary que iniciou a quebra do ciclo de analfabetismo e submissão nas mulheres da família Rommely, quando aconselhou sua filha Katie a ler para seus filhos e fazer economias, educação era o caminho.
Katie pode ter parecido fria, muitas vezes dura demais com os filhos, mas seu comportamento moldou o caráter de Francie e Neeley. Através da luta de Katie, seus filhos aprenderam a vencer suas próprias batalhas, a não aceitar as adversidades que a vida os trazia... a pobreza, a fome, o frio, o alcoolismo do pai.
Os personagens femininos de Kate Chopin (comentário sobre The awakening aqui) podem ter parecido avançados para a época, mas eles eram fracos... buscar o divórcio do marido rico pelo simples capricho de querer ser livre não é feminismo, especialmente quando acaba em suicídio mesmo depois de ter conseguido seus objetivos.
Betty Smith realmente dá poder e domínio a seus personagens femininos, eles têm garra, força de vontade, vão a luta, são guerreiras e determinadas com todas as letras, mas não deixam de ter a fragilidade do sexo, não as masculiniza para provar o ponto, é um balanço perfeito que deixa o leitor com aquele gostinho de quero mais.
A tree grows in Brooklyn está na lista dos melhores livros do século pela Biblioteca Pública de Nova York.
PS: Primeiro livro lido para o Desafio Literário - O.A.T.E.S. (yeaaah!)
* Livro da Lista Rory Gilmore.
* Livro da Lista Rory Gilmore.
1 comment:
Oi Ju!
Mais um livrinho neh. Boa dica!
Bjs...
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