Meu pai me mandou livros de presente de Natal, foram quatro no total e A Cabana foi um deles. Já havia lido algumas resenhas sobre esse livro e a maioria não tão positivas, não sabia do que a história se tratava mas para causar tamanha controvérsia deveria ser um tópico tabu ou delicado, foi o que pensei.
A Cabana está na lista dos mais vendidos do The New York Times por 86 semanas (lista aqui), e de acordo com o artigo (leia aqui) publicado por Motoko Rich em Junho de 2008, o livro já havia vendido mais de 1 milhão de exemplares e esse fenômeno não se deu através da divulgação da editora em meios de comunicação mas, impressionantemente, pelo boca-a-boca, por leitores que, impactados pela história, compraram vários outros exemplares para dar de presente a amigos e familiares.
A Cabana conta a história de Mack, que viaja para acampar com os três filhos mais novos. Missy, a caçula de apenas 6 anos de idade, desaparece no dia da viagem de volta. Numa cabana abandonada há algumas horas do acampamento onde estavam, o vestido que Missy usava é encontrado pela polícia, ensanguentado. Daquele momento em diante a Grande Tristeza passa a acompanhar Mack, aquela dor silenciosa e profunda, o peso da impotência por não ter conseguido defender e proteger sua filha. Quatro anos mais tarde Mack recebe um bilhete na caixa de correio, alguém que assina Papai o espera na cabana.
"A graça não depende da existência do sofrimento, mas onde há sofrimento você encontrará a graça de inúmeras maneiras" (pag. 173)
A história é forte, o drama de Mack sem dúvida prende o leitor, fora que é muito fácil de se identificar - principalmente para quem mora nos EUA onde, segundo as estatísticas a cada 20 segundos 1 criança desaparece no país. Mas acredito que a história toca leitores além da esfera cristã, independente se acreditam em Deus, em Buda, em Alá, ou em Ali Babá e os 40 ladrões! Porém, tem o pequeno detalhe do ceticismo, o fato de que o modo como Deus foi retratado no livro ir contra as crenças de muitos, enraizadas num padrão pré-estabelecido por instituições religiosas ou pela sociedade.
Alguns dizem que o livro é muito controverso, outros argumentam que é cristão demais! Onde está a verdade?
A verdade é uma questão extremamente particular, a opinião do leitor vai depender muito do conforto que tem naquilo em que acredita.
Analisando a história sem a bitolação religiosa, para mim, a cabana representa o casulo que muitas pessoas, ao sofrerem um grande trauma, constroem ao redor de si, ao redor da dor causada pelo trauma. Algumas ficam tão devastadas ao ponto de matar criancinhas, outras calam-se para o mundo e afastam-se da sociedade; alguns procuram terapeutas, outros a religião; e finalmente alguns, poucos devo dizer, decidem voltar para a raiz do seu mau, para o interior da sua cabana e dali buscar meios de sair do fundo do poço.
A história foi bem gráfica, com aquela pinta comercial de que planeja virar um filme, mas se o leitor conseguir ver a história sem os pré-conceitos religiosos dentro de si, conseguirá sugar lições muito boas dela. Amor e perdão, são os adjetivos que marcam a história do início ao fim e basicamente é no que ela se resume.
E o autor? William Paul Young decidiu escrever A Cabana em 2005, para mostrar como foi curado de seus traumas após decidir ter um relacionamento renovado com Deus - Paul foi abusado sexualmente quando criança e teve relacionamentos extra-conjugais, passou 10 anos fazendo terapia para tentar reconquistar a confiança da esposa e dos filhos. Em 2003 Paul e sua esposa declararam falência e perderam a casa onde viveram por 19 anos. Mora em Milwaukie, Oregon, com a esposa Kim e os mais novos dos 6 filhos.
Para saber mais sobre o autor: A Cabana
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2 comments:
Oii Ju!
Eu tenho esse livro, mas ainda não lii..
Eu concordo com oq vc disse, hahaha, tem várias opinioes, críticas, sobre esse livro, por isso eu vou ler - mesmo nao sendo meu estilo favorito :)
heuheheuhe
Sua resenha fico muito boaa :D
beijos
Olá Ju!
Ouvi muito falar deste livro (afinal é um best seller), mas passou batido para mim. Pelo que senti, não é ruim, mas você também não recomenda com veemência...
Pode ser que eu dê uma chance a ele ainda este ano...
Bjs
Sandro
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