Tuesday, September 15, 2009

Lolita (Vladimir Nabokov)

Não sei de onde veio minha curiosidade por Lolita, se foi a polêmica em torno da história (que se renova de tempos em tempos) ou em torno do Nabokov.

Depois de ler o livro e toda a história por trás da história, na minha opinião o processo, o tempo e os questionamentos de Nabokov ao escrever Lolita são mais interessantes que o livro.

No primeiro manuscrito (que foi destruído), toda a história se passava na França, outros tantos detalhes eram diferentes mas Nabokov sempre teve a fixa idéia de que o HOMEM casaria com a MÃE para se aproximar da FILHA.

Anos mais tarde, já nos Estados Unidos, Nabokov voltou com a idéia da Ninfeta, dessa vez com cenário americano, a garota tinha sangue Irlandês, e a idéia fixa foi usada... Pensou em desistir, foram anos até o livro ficar pronto. Editoras se recusaram a publicar tal história, queriam mudá-la, chocados!

São poucos os que leem o livro até o final. Aqueles que começam com a idéia de que a história será devassa, impudica e cheia de cenas eróticas do começo ao fim se decepcionam e param lá pela página 188. E essa técnica foi intencionalmente usada por Nabokov.

Sim, depois que Humbert "descobre" Dolores Schiller - a Lolita, a história contém progressivamente mais erotimo, erotismo com várias alusões do impulso psicológico e desejos irreprimíveis de um pervertido.

Quando pára, pára totalmente! E é o que decepciona grande parte dos leitores, e a história se torna chata e monótona.


"Eu sabia que tinha me apaixonado por Lolita para
sempre; mas eu também sabia que ela não seria para sempre Lolita"
(pag. 65)
A história começou a ser escrita por Humbert 65 dias após sua prisão, escrita como um memoir, homenagem àquela a quem Humbert dedicou parte de sua existência, e o seu amor eterno.
O romance durou apenas 2 anos, entre viagens de uma ponta a outra do mapa americano, algumas tentativas de uma vida normal, tantas outras viagens, entre motéis, hotéis e cabanas, e sexo... diariamente, até que Lolita fugiu.

"Gradualmente se tornou claro para minha convencional Lolita
durante nosso singular e bestial amasiamento que até mesmo a mais miserável das famílias era melhor que a paródia do incesto"
(pag. 287)

Outros tantos anos Humbert gastou procurando sua menininha, seguindo os rastros de Lolita e seu "sequestrador". Sem sucesso.

Nem o choque pela perda de Lolita o curou da pedofilia, sua natureza maldita não poderia mudar. Em playgrounds e praias, seus pesados e furtivos olhos, contra sua própria vontade, ainda procuravam o brilho das coxas das ninfetas. Todavia, nunca tocou em nenhuma outra ninfeta além da sua Dolores.

Lolita reaparece na história quando escreve uma carta ao "Pai" dizendo estar casada e grávida e pedindo dinheiro. Essa é a última vez que Humbert põe os olhos em sua pequena, visivelmente usada aos 17, mais alta e usando óculos, imensamente grávida... e Humbert teve a certeza que a amava mais do que qualquer coisa no mundo. Descobriu a identidade do sequestrador.Implorou. Implorou pela presença de Lolita.

" 'A-adeus!' ela cantou, meu doce imortal e morto amor
americano; porque ela está morta e imortal caso esteja lendo isso. Eu digo,
porque esse é o acordo formal com as chamadas autoridades"
(pag. 280)
Como ele acaba preso? Não porque foi denunciado pela menina, mas porque matou aquele que a tirou de seus braços... e a história se fez conhecida.

PS: o livro foi publicado finalmente em 1955, por Olympia Press, editora francesa.

3 comments:

Michele de Lara said...

OI Ju,
Obrigada por visitar meu blog.
Então, se eu te contar pq não gostei do final, não vai ter graça, caso queira assistir o filme.
Se quiser eu conto, ok?
Bjos,
Michele

Tatiana said...

Olá ! Obrigada por visitar meu blog....vc srá sempre bem -vinda nele ....gostei do blog ...muito caprichado e lindo ...parabéns......
bjusss até mais!!!

Juliana said...

Ja quero esse livro!