Antes mesmo de começar a história, fiquem logo sabendo, queridos leitores, que a história não tem final. Rs. O Mistério de Edwin Drood foi o último livro escrito por Charles Dickens, que morreu antes que a história fosse concluída, em Junho de 1870, fazendo que com que o Mistério de Edwin, continuasse eternamente não-resolvido.
A primeira parte da história gira em torno do noivado arranjado de Edwin Drood e Rosa Bud. Arranjado pelo pai de Rosa à beira da morte, quando os dois ainda eram infantes. Edwin é adorado pelo tio John Jasper, que criou o sobrinho desde a morte de seus pais, adorado de tal forma que Jasper mantem um diário de todos os fatos e passos de Drood. Rosa Bud, após virar órfã, foi enviada para o convento de Miss Twinkleton, de onde só sairia após o casamento com Drood quando atingisse a maioridade.
Meses antes do possível dia do casamento de Edwin e Rosa, Neville e Helena Landless chegam à cidadezinha. A história dos dois é logo espalhada, perderam os pais cedo, foram criados por um amigo carrasco da família, cresceram selvagens e com poucos recursos, foram passados de mão em mão até que Sr. Honeythunder veio entregá-los nas mãos do Reverendo Crisparkle. Neville é daqueles que não leva desaforo para casa, não tolera desrespeito e hipocrisia - o que bate de frente com o esnobe Edwin Drood - cabe aqui uma explicação do caráter de Drood... ele, apesar de protagonista, não é um personagem com quem o leitor simpatiza muito - pelo menos eu não simpatizei com ele - ele tem um ar de superioridade, não é nada humilde, e trata com desdém os que não são de seu círculo.
"Neville Landless já bastante impressionado pela pequena Rosebud (que a tradução seria Botão de Rosa), sentia-se indignado pelo fato de que Edwin Drood (obviamente inferior a ela) carregava esse prêmio com tão pouco valor. Edwin Drood já bastante impressionado por Helena, sentia-se indignado que o irmão de Helena (obviamente inferior a ela) portava-se tão confortávelmente, excluindo-o completamente da situação" (pag. 69)
Neville se apaixona pela delicada e desprotegida Rosa na primeira e única vez que a vê. Edwin é cativado pela forte e determinada Helena Landless. Neville desde já detesta Edwin e o sentimento é mútuo, e não demora muito para que os dois, após uma discussão que quase acaba em morte, virem inimigos mortais. Helena é entregue às mãos de Miss Twinkleton, e logo, logo, torna-se a melhor amiga de Rosa.
A reviravolta na história acontece quando Rosa decide desmanchar o noivado com Edwin, poucos meses antes do dia "D". Edwin desaparece do mapa no dia seguinte, e aqui nasce o maior mistério do século XIX! Teria Edwin sido morto? Teria ele partido por conta própria? Quem o teria assassinado? Seus pertences foram encontados no rio do centro da cidade, e o primeiro suspeito, logicamente, foi Neville Landless.
The Mystery of Edwin Drood foi o livro escolhido para o BookClub de Dezembro, para ser discutido na Feira de Natal do Charles Dickens. No entanto, nenhuma de nós conseguiu terminar de ler a tempo para a feira... na verdade, a narrativa é bem lenta, os diálogos super longos que chegam a ficar chatos e cansativos, não conseguia ler mais que 4, 5 páginas por noite. A história tem de altos e baixos mas nenhum deles prendem muito a atenção do leitor. O fato de o final não ter um final, permite que a imaginação corra solta (e para mim, esse foi o fato mais excitante da história!)... a Edição que comprei tem uma segunda parte "não-oficial" - O Julgamento de John Jasper - o que conclui expeculando que tio de Edwin, John Jasper, tenha sido o assassino.
Eu pensei em dois possíveis finais:
1. Edwin Drood não morreu, partiu covardemente por não tolerar a idéia de que ele levou um chute no traseiro daquela criatura que ele pensava não ter pensamentos próprios... era orgulhoso demais para aceitar o fato de que, depois de todos esses anos se preparando para carregar aquele peso, terminaria sem ela e sem o dinheiro da herdeira. Estaria provavelmente viajando pelas ilhas caribenhas, bebendo Piña Colada.
2. Se Edwin Drood realmente morreu, Helena Landless foi a culpada. Neville era aberto demais, falava o que pensava, e como diz o ditado: "Cão que late, não morde!" Todos sabiam o quanto os dois não se gostavam, mas Neville não teria sido capaz de matar Edwin. Helena, por sua vez, seria o assassino perfeito. Por várias vezes durante a história, Helena foi mencionada como uma mulher de personalidade forte, que mesmo parecendo frágil, era única pessoa que conseguia controlar o compartamento do irmão. O motivo? Ela sabia que Neville estava apaixonado por Rosa. Tornou-se a melhor amiga de Rosa, aos poucos conseguiu convercer a amiga de que casar com Edwin não era o que Rosa queria, Drood havia dito a Rosa que deixaria a cidade...
E vocês, o que acham?
"Suportei tudo isso em silêncio. Por todo o tempo em que foste dele, ou pelo tempo que eu pensei que foste dele, escondi meu segredo honradamente. Não escondi?" (pag. 206)
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