Em 20 de abril de 1884 nascia Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, um dos poetas mais críticos da Literatura Brasileira. Seus poemas nada convencionais, expressam a agressividade e a tensão da sua visão cientificista, encaixa-se no Parnasianismo... alguns acham que é Pré-Moderno. Cabe ao leitor decidir.
Compartilho hoje com vocês, um dos seus poemas mais conhecidos e comentados...
Versos Íntimos
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
1 comment:
Augusto dos Anjos... Maravilhoso. Gosto pelos seus poemas fortes e que transmitem sentimentos reais.
Saudade (fragmento)
Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.
Este poema que postaste é um dos mais lindos.
bjs
tais luso
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