A história até que começa interessante... O noivo, agora marido, comete suicídio no primeiro dia de lua-de-mel, jogando-se de umas das cachoeiras das Cataratas do Niágara, lugar escolhido pelos noivos para passar a noite de núpcias. Ele, Gilbert, recém nomeado pastor titular de uma igrejinha em Troia, Nova York. Ela, Ariah, professora de canto e piano e filha de pastores. Ambos já passando da idade de casar, quase ficando para titios, têm o casamento meio que arranjado pelos pais. Situação resolvida! Imagina... Gilbert comete suicídio, os motivos até hoje anônimos para Ariah... Gilbert escondia seu amor pelo amigo de faculdade e também pastor, D.
Ariah que mal casara já era viúva. Por sete dias e sete noites, Ariah acompanhou as equipes de resgate, na busca pelo marido. Por sete dias e sete noites, a jovem noiva-esposa-viúva, de cabelos vermelhos e magricela se fez presente na Gorge, a espera do corpo de Gilbert.
Até aí parece que a história promete né?! Não sei em que ponto, o fio da meada foi perdido.
Ariah casa poucos meses depois com Dirk Burnaby, advogado rico e famoso de Gorges, que a auxiliou durante as buscas pelo corpo do marido. Dick apaixona-se por aquela esposa obstinada, aparentemente tão frágil, carente, mas determinada a cumprir até o último minuto seu dever de esposa. Talvez Dick tenha fantasiado uma esposa assim, que o esperaria incansavelmente, que não perderia as esperanças, que cuidaria dele mesmo contra sua vontade.
Ariah e Dick tiveram 3 filhos, o primeiro, Chandler subentende-se que foi fruto da única noite de amor com o primeiro marido. Ariah e Dick nunca mencionaram isso, mas ambos sabiam que Chandler era na verdade filho de Gilbert. Royall chegou para aliviar a vida de Ariah, esse com certeza era filho do pai. Anos mais tarde chega Juliett, no desespero por uma família perfeita. Ariah torna-se anti-social, vive para os filhos, o marido e os poucos alunos de piano. Após a traumática perda do primeiro marido, Ariah tenta ignorar os acontecimentos fora dos limites de sua casa, vive num mundo só seu, onde as maldades e a realidade do mundo exterior não entram.
Ariah passa a viver totalmente alienada. Até mesmo quando Dick se envolve num caso judicial que resulta em sua morte. Ariah ignora a perda do marido, era como se ele nunca tivesse existido.
Honestamente eu não consegui entender o propósito da história no que diz respeito à protagonista. E a história foi bem batida no que diz respeito às denúncias de corrupção das empresas Corporativas e o Estado - o caso em que Dick Burnaby se envolve e que acaba em sua morte, nada mais é que uma cópia do caso de Erin Brockovich... empresas milionárias que se instalam em pequenas cidades, poluem até o último grau, os moradores ficam doentes, doenças raras viram rotinas, o governo local protege as corporações e ignoram os apelos populares... até que alguém muito mais tarde, consegue ganhar através de um processo judicial, milhões para pagar as despesas médicas dos moradores afetados.
A história se arrasta de maneira irritante, cheguei a querer desistir várias vezes. Durante vários capítulos tive ligeira impressão de que a autora só estava querendo encher páginas, porque assunto e conteúdo já não mais existiam. Foi um alívio quando finalmente consegui terminar. Achei os personagens fracamente desenvolvidos, há vários hiatos durante a história que me deixaram ainda menos interessada em ler qualquer outra obra de Oates. Joyce Carol Oates definitivamente não tem um estilo que me agrada, mas pelo menos risquei mais um livro do meu desafio literário.
Ufa!
1 comment:
Juuuuuu
Eu tbm nao sigo muito esses desafios pq sei que nao vou cumprir nada...hahahaha
bjs...
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