Friday, January 30, 2009

At bounteous nature's kindly breast,
All things that breathe drink Joy,
And birds and beasts and creeping things
All follow where She leads.

Her gifts to man are friends in need,
The wreath, the foaming must,
To angels - vision of God's throne,
To insects - sensual lust.

(The brothers Karamazov - Dostoyevsky)

O SHE mencionado no poema diz respeito a Ceres, deusa grega da colheita e do amor materno.

O poema foi citado por Dmitri Karamazov durante seu desesperado dialogo com o meio-irmao Alyosha... dialogo este em que ele revelara os segredos do seu coracao ao irmao e mencionando o poema acima, diz-se igual aos insetos a quem Ceres deixa de heranca a Sensual Luxuria.

Os irmaos Karamazov eh o que estou lendo no momento... e creio que levara um tempo ateh que eu termine a obra... tao longa quanto Ana Karenina do Tosltoy.

Enjoying it!

Monday, January 26, 2009

"EU ANDO PELO MUNDO PRESTANDO ATENÇÃO
EM CORES QUE EU NÃO SEI O NOME
CORES DE ALMODÓVAR
CORES DE FRIDA KAHLO, CORES..."
(Adriana Calcanhoto - Esquadros)


Visitei a exposiçao das obras de Frida Kahlo no Museu de Arte Moderna de San Francisco em Setembro/2008, ja havia ouvido sobre ela e visto algumas fotos de suas obras mas nunca tinha realmente entendido a mençao das cores de Frida Kahlo na musica da Adriana Calcanhoto.

Ateh Setembro.

Apesar de ter sido classificada com Surrealista por Andre Breton, Frida eh Modernista.
Eu iria mais alem, diria que Frida Kahlo eh Frida Kahlista porque nunca vi nada igual as suas obras. As cores sao intensas, muito vermelho, muito azul, muito verde... cores cruas, fortes.

Minha primeira impressao? Que coisa feia! Meu priminho de 5 anos desenha melhor que ela!

Acompanhando a historia da vida e analisando suas pinturas, chega-se ao fundo do coraçao de Frida...
"Eles pensaram que eu era uma Surrealista, mas nao sou. Nunca pintei sonhos. Eu
pinto minha propria realidade"
A realidade da sua vida no Mexico, as fatalidades que a perseguem em diferentes momentos da sua vida e um dos motivos que a levou a começar suas pinturas.

A vida com o marido Diego Rivera.

Suas primeiras impressoes ao visitar os Estados Unidos.



Os momentos vividos entre as dores fisicas de um aborto espontaneo e sua angustia psicologica pela vida do nao nascido.




Frida Kahlo era ela mesma, mulher-macho e feminina. Era amor, sentimentos paradoxais, era medo com uma coragem desafiadora. Força e vulnerabilidade. Uma vida de contrastes sem perder suas raizes. Teve amores, teve amantes, desamores, teve vicios.
Beijou homens e mulheres e foi alem. Suas obras refletem tudo o que ela foi, tudo o que sentiu. O que nao podia dizer com palavras ela disse nas entrelinhas das suas pinturas. E partiu em 1954.

Sunday, January 25, 2009

Pride and Prejudice - Jane Austen


Estou de volta aos classicos...
Como disse, minha paixao eh pelos classicos da Literatura Mundial, porem tenho meus suspiros e leio as obras recentes ou contemporaneas para manter-me atualizada. Rs.

Segundo livro que leio da Jane Austen. Nunca consegui ver o filme todo entao o livro foi totalmente surpresa pra mim. Levando em conta as aclamaçoes e breves comentarios de leitores (e apaixonados) pela obra, coloquei em minha listinha basica de LIVROS A LER e aqui estamos nos.

A historia tem como cenario algumas cidadezinhas do interior da Inglaterra.
A familia Bennet, leia-se por Mr. Bennet, Mrs. Bennet e suas 5 filhas, por ordem de nascimento - Jane, Elizabeth, Catherine, Mary e Lydia - mora em Hertfordshire e eh a familia principal da historia.

O intuito de Mrs. Bennet eh casar suas filhas, principalmente Jane (a mais velha - 23 anos - e sua preferida).

Mr. Bennet tem por preferencia Elizabeth, a quem chama de Lizzy. A tem como a mais sensata, inteligente e sabia das filhas. Casou cedo com Mrs. Bennet, atraido por sua beleza, mas logo descobriu que a mulher era uma futil e de cabeça vazia, sem muitos talentos e sensatez. Caracteristicas essas que tambem percebe em Catherine (Kitty) e Lydia. Sem ter como alterar o destino da mulher, decide ignora-la e volta-se aos livros, sua biblioteca eh seu refugio.

A familia, apesar de conhecida e tradicional em Hertfordshire, nao pertence a alta sociedade inglesa. Nao tem muitos contatos e conhecidos influentes e, o principal, nao tem fundos suficientes para os DOTES de todas as filhas para o casamento. O que nesse caso, significa que ELAS nao sao boas pretendentes, apesar de bonitas.

Com a chegada de Mr. Bingley - "de certa forma jovem, maravilhosamente bonito, extremamente agradavel" (p. 5) - a Netherfield com sua irma mais nova Miss Bingley, a irma mais velha e o marido (Mr. e Mrs. Hurst) e o amigo Mr. Darcy - outro jovem, bonito, extremamente elegante, seguidor da moda e pertencente a uma importante e rica familia da sociedade inglesa mas que logo se mostra extremamente desagradavel, esnobe e convencido aos olhos dos moradores de Hertfordshire - Mrs. Bennet logo poe seus pensamentos e esforços na tentativa de encontrar um bom marido para as filhas.

Elizabeth ja nao se agrada de Mr. Darcy desde o inicio. Durante o primeiro baile, Mr. Darcy mesmo a pedido do amigo Mr. Bingley, rejeita dançar com Lizzy por nao a achar bela o suficiente e nem a sua altura.

Mr. Bingley encantado por Jane aumenta as expectativas de Mrs. Bennet que ja da como certa a uniao dos dois. Jane nutre os mesmos sentimentos por Mr. Bingley mas tenta ser discreta por sua propria honra e a da familia. Torna-se amiga de Miss Bingley e encontram-se quase que diariamente em Netherfield.

Ao receber o convite de visita de Miss Bingley e nao obtendo permissao da mae para usar a carruagem da familia (negaçao proposital da mae que ja percebendo uma tempestade se aproximando, viu nisso a possibilidade de prolongar a estadia da filha da casa dos Bingleys), Jane vai a cavalo e nao chega a casa a tempo de fugir da tempestade. Doente, eh obrigada a permanecer em Netherfield por mais de uma semana (para a alegria da mae e agonia de Elizabeth, sua irma e amiga confidente). No dia seguinte, Lizzy caminha para Netherfield com o intuito de cuidar da irma e por la permanece pelo mesmo tempo.

Eh nesse meio tempo que eh notada por Mr. Darcy.

Admirado e encantado com a beleza simples, a inteligencia, os comentarios muitas vezes sarcasticos e afiados de Lizzy, Darcy, para seu proprio desgosto, ve-se contrariado por seus sentimentos de orgulho - por nao querer acreditar que ELE, tao superior tanto em inteligencia, refino e posiçao social esta apaixonado por Lizzy - e preconceito - porque sabe o historico da familia Bennet, conhece a futilidade da mae e o passado sem raizes dos pais de Lizzy. Ja percebeu que a intençao de Mrs. Bennet eh pescar um marido rico para as filhas para elevar sua classe social.

A irma de Mr. Bingley - Miss Bingley - tambem percebe os olhares de Mr. Darcy para Lizzy e a atençao a ela dedicada, enciumada, uma vez que ela mesma pretende casar com Mr. Darcy, começa a ver Elizabeth como uma rival e a detestar a estadia da mesma em sua casa. Ja nao ve a hora de se livrar de Jane para se ver livre de Lizzy. Detesta desde o primeiro encontro Mrs. Bennet e ja nao faz esforços para esconder suas opinioes. Troca olhares de reprovaçao e faz comentarios com a irma mais velha Mrs. Hurst.

Enquanto isso, Herfordshire eh escolhida para ser o quartel general das tropas do exercito e com isso, muitos soldados sao enviados ao local, para deleite das irmas mais novas da familia Bennet, Kitty e Lydia. Desesperadas por um casamento (por influencia da mae), as irmas caminham diariamente para Meryton para flertar com os soldados. Eh onde conhecem Mr. Wickham - detestado por Mr. Darcy - e que em breve direcionou todos os galanteios para Lizzy, contando-lhe inclusive o possivel motivo por nao gostar de Mr. Darcy e vice-versa. Mais um motivo para Lizzy detestar Mr. Darcy ainda mais.

Ao ve seu irmao partir para Londres por alguns dias, Miss Bingley aproveita a oportunidade para fazer a cabeça de Mr. Darcy e em breve, todos partem para Londres... abandonando a casa em Netherfield para desgosto e comentarios de desaprovaçao de todos em Hertfield.
Um carta enviada a Jane da a entender que nao voltarao tao cedo e fingindo nao saber dos sentimentos de Jane, diz que o irmao estaria interessado na irma de Mr. Darcy - Miss Darcy.
Por meses e meses o retorno dos Bingleys eh desejado, o que nao acontece, Mrs. Bennet começa a perder as esperanças de ver a filha tao bem casada e senhora de Netherfield. E as cartas de Miss Bingley endereçadas a Jane apenas dao noticias sobre o possivel relacionamento do irmao com Miss Darcy e suas intençoes de jamais voltarem a Netherfield. Jane tem seu coraçao partido pelo o ocorrido e tenta se recuperar.

Lizzy recebe o pedido de casamento de seu primo, ateh entao desconhecido, Mr. Collins - pastor de uma igreja em Rosings, seria o herdeiro da casa onde os Bennets moram, uma vez que Mr. Bennet teve apenas filhas mulheres. Conhecido da familia De Bourgh, Mr. Collins sempre ressalta a riqueza, beleza, elegancia, inteligencia, etc. de Lady Catherine de Bourgh - uma viuva e herdeira de grande fortuna e tia de Mr. Darcy - e sua filha Miss de Bourgh - de saude fraca, refinada e inteligente e quem, de acordo com arranjos familiares, deveria casar com Mr. Darcy.

Lizzy nega o pedido de casamento e quem acaba casando com Mr. Collins (para sua surpresa) eh sua melhor amiga Charlotte Lucas - uma jovem de 27 anos, ja considerada velha para casar e sem beleza, todos consideravam seu futuro como sendo uma dama de companhia de alguma familia rica. Aproveitando a oportunidade, Charlotte agarra a chance de ser uma dama da sociedade e mesmo nao amando Mr. Collins, aceita seu pedido e em breve mudam-se para Rosings, seu novo lar.

Eh na visita ao novo lar da amiga que Lizzy tem a opotunidade de reencontrar Mr. Darcy. Pouco tempo depois de sua chegada a Rosings, Lady Catherine recebe a visita do sobrinho e seu amigo Colonel Fitzwilliam. Lizzy e sua antipatia por Mr. Darcy nao permite que a mesma perceba os olhares e atençoes de Darcy para com ela. Direciona suas atençoes para o agradavel Colonel Fitzwilliam a quem ateh imagina-se casando. Para seu estranhamento, sempre encontra Mr. Darcy em suas caminhadas pelas redondezas de Rosings, muitas vezes apenas caminham em silencio, em outras tem conversas monossilabicas. Lizzy sente-se muitas vezes desconfortavel na presença de Darcy, percebe seus olhares mas acredita que sao apenas olhares de reprovaçao ou julgamento ou critica pelo que esta falando.

Na noite anterior a partida de Darcy, Lizzy decide nao jantar na casa dos de Bourgh, sozinha em casa recebe a inesperada visita de Mr. Darcy que se declara e a pede em casamento. Indignada, ressentida e contrariada Lizzy coloca para fora todos os seus sentimentos negativos em relaçao a Darcy, desde o dia no baile aos comentarios do que Darcy teria supostamente feito a Mr. Wickham e principalmente ao fato de Mr. Darcy ter sido um dos pivos da separaçao ou distanciamento de Jane e Mr. Bingley, o que para ela seria imperdoavel vendo o sofrimento e o estado de Jane apos a partida e as cartas enviadas por Miss Bingley.

Mais indignado ainda ficou Mr. Darcy que dava por certo sua aceitaçao por parte de Elizabeth, devido as prospectivas para sua familia. Com o orgulho ferido nao soh pela negaçao mas pelas palavras duras e amargas de Lizzy, que no furor da discussao delcarou: "Você está enganado, Mr. Darcy, se supõe que o modo da sua declaração me afetou de alguma outra maneira senão a de me poupar a preocupação na qual eu poderia ter sentido em lhe recusar, caso tivesse se comportado como um verdadeiro cavalheiro" (p.145). Mr. Darcy promete nao mais importuna-la com o assunto.

No dia seguinte antes de sua partida, encontra Lizzy em sua caminhada e a entrega uma carta, em que explica o que realmente aconteceu entre ele e Mr. Wickham (totalmente diferente do que o mesmo havia dito a Lizzy), confessa sua culpa no caso de Jane e Bingley mas com atenuantes de que nao acreditava que Jane realmente correspondia aos sentimentos do amigo, uma vez que a via sempre muito reservada. Lizzy começa a mudar sua opinao sobre Darcy.

As palavras de Elizabeth mudaram Mr. Darcy para sempre. Analisando sua conduta, o fato de Elizabeth nao o considerar um cavalheiro o deixou profundamente pensativo e esse foi o fato principal para sua mudança.

Enquanto Jane passa uma temporada com a tia (Mrs. Gardiner) em Londres ela troca cartas com Miss Bingley e durante a unica e rude visita da entao amiga, Jane tem a final deceppçao e entende que a amizade entre as duas nunca existiu e para seu pesar, conta a Elizabeth que nao mais pretende procurar Miss Bingley.

Durante o verao Elizabeth viaja com a tia e seu esposo (Mr. e Mrs. Gardiner) para Derbyshire. A viagem seria a principio para os Lagos porem, devido a assuntos de trabalho de Mr. Gardiner tiveram que mudar os planos e agora passariam algumas semanas em Derbyshire, lugar este onde Mrs. Gardiner morou quando criança e de onde guarda otimas lembranças. Derbyshire tambem eh a cidade onde Mr. Darcy tem sua maior propriedade, herdada do pai apos seu falecimento e onde a irma reside durante o inverno.

Mr. e Mrs. Gardiner apos ouvirem que o proprietario nao estaria em casa, vao com a sobrinha conhecer a mansao dos Darcys. Recebidos por Mrs. Reynolds, a fiel e antiga criada da familia, ouvem inumeros elogios a Mr. Darcy e ficam sabendo que o mesmo chegara no dia seguinte com a irma e outro grupo de amigos. Lizzy treme!

Enquanto caminham pelos jardins, ouvem cavalgadas e para suas surpresa o proprio Mr. Darcy aparece e aproxima-se para conversar com Elizabeth, extremamente nervosa. Mostrando sua mudança de comportamente pede que Lizzy o apresente aos seus conhecidos. Sao convidados a voltarem a casa sempre que quiserem e marcam um jantar. Darcy diz que sua irma quer muito conhecer Elizabeth.

O grupo chega a casa: Mr. Bingley, Miss Bingley, Mr. e Mrs. Hurst, Miss Darcy e Mr. Jenkins. Timida, Miss Darcy eh apresentada a Lizzy e se diz encantada. Miss Bingley nao perde oportunidades para criticar Lizzy enquanto percebe os olhares e atençao de Darcy para Lizzy. Ateh mesmo sua tia, Mrs. Gardiner percebe as atençoes de Darcy para a sobrinha. Jantares marcados, vendo-se sempre que possivel, Lizzy percebe que seus sentimentos para com Darcy sao totalmente diferente do que um dia havia sido. Mas para tira-la dos bons momentos que vive, chega uma carta de Jane dizendo que sua irma Lydia havia fugido com um dos soldados, Mr. Wickham.

Desesperada e aos prantos, Lizzy tenta encontrar os tios que haviam saido para uma caminhada, ao chegar ao saguao do hotel encontra Darcy que vendo seu desespero implora para saber o que aconteceu e manda um dos empregados do hotel encontrar os Gardiners. Ao explicar todo o ocorrido para Darcy e o vendo calado e pensativo, Lizzy acredita que todas as suas chances com ele foram arruinadas pelas açoes da irma, a honra da familia que ja nao era das melhores, agora esta totalmente manchada pela vergonha de ter uma filha fugindo e tendo relaçoes antes do casamento.

Muitos meses se passam ateh Elizabeth encontrar Mr. Darcy novamente. Apos grande sufoco, lagrimas e preocupaçoes, Lydia eh encontrada e acabou casando com Wickham e mudaram para o norte do pais, bem longe da familia, com muitas privaçoes.

Rumores chegam a Hertfordshire de que os Bingleys voltarao em breve a Netherfield. Mrs. Bennet em polvorosa, anima seus planos novamente. Jane tenta nao demonstrar nenhuma ansiedade.

Mr. Bingley e Darcy visitam a familia Bennet, Elizabeth analisando os olhares e comportamento de Darcy, tenta descobrir se ainda existe algum sentimento. Calado e pensativo como sempre eh como Mr. Darcy se comporta, e ainda detestado por todos os moradores da cidade. Lizzy acredita que suas chances com Darcy ja nao mais existem. Darcy viaja para Londres. O relacionamento entre Mr. Bingley e Jane se intensifica e em poucos dias ficam noivos para deleite de Mrs. Bennet.

Numa visita inesperada Lady Catherine chega a casa dos Bennet, com seu jeito critico e esnobe, faz comentarios abertos sobre a casa e o comportamento da familia. Em uma conversa reservada diz a Elizabeth o motivo da visita, os rumores que chegaram a ela de que estaria comprometida com Mr. Darcy. Arrogante e prepotentemente diz a Elizabeth todos os motivos pelos quais o suposto noivado nao poderia continuar. Primeiro porque ela nao estaria a altura de Darcy, sem classe, sem cultura ou refinamento. Segundo porque Darcy estava reservado para sua filha Miss de Bourgh. Sem receber uma resposta positiva e ainda contrariada, tendo sua conversa rebatida e questionada por Lizzy, Lady Catherine parte com as piores lembranças do encontro.

Pouco tempo depois Mr. Darcy retorna a Hertfordshire, aproveitando as caminhadas dos novos noivos - Mr. Bingley e Jane - Mr. Darcy e Lizzy acompanham o casal e aproveitam para conversar... longas e longas conversas... deixando o orgulho de lado, e esquecendo as barreiras do preconceito... e em breve Mrs. Bennet casara duas filhas...

O livro eh longo, nao tinha como resumir curtamente rs.
Um romance bem no estilo Jane Austen e com todas as caracteristicas romanticas possiveis. Claro que o leitor ja supoe o final da historia nos primeiros capitulos (como aconteceu comigo!) mas eh delicioso ler a historia, ficar ansiosa pelos futuros acontecimentos, logicamente se deparar com algumas surpresas... e por fim, ler que tudo deu certo no final e todos viveram felizes para sempre!

Tuesday, January 20, 2009

Eat, Pray, Love (Elizabeth Gilbert)


Eu relutei um pouco pra ler esse livro. Pensei e repensei por quase 6 meses mesmo apos varias sugestoes, por fim decidi em me aventurar nesse livro depois que uma amiga do marido (e uma das pessoas a sugerir a leitura) decidiu ir pra Bali pra tentar a mesma sorte de Liz Gilbert.

Ela foi pra Bali (ainda perguntando se eu ja tinha lido!), voltou... nao teve a mesma sorte mas trouxe muuuitas fotos.

Eat, Pray, Love - Comer, Rezar, Amar em portugues - conta as aventuras da autora Elizabeth Gilbert apos um sofrido divorcio e um conturbado relacionamento com David.

Em busca de um certo equilibrio em sua vida, Liz - uma escritora americana residente em Nova York, praticante de Yoga, e que sempre quis aprender italiano - decide passar os proximos 12 meses da sua vida em tres diferentes paises. Italia, India, Indonesia (necessariamente nessa ordem!).

Logo apos a oficializaçao do divorcio, Liz embarca para Italia por 3 meses. Apaixonada pelo idioma, aproveita cada oportunidade para praticar seu italiano. Conhece Sofie da Suecia, na escola. Giovanni, um italiano querendo aprender ingles, atraves de um anuncio de jornal. Lucas Spagetti, outro italiano apaixonado por futebol, atraves de amigos em comum. Maria e Giulio, uma americana casada com italiano, atraves de outra amiga.

Em poucos meses Liz ja se sente em casa, cercada por novos amigos, viajando pela cidadezinhas italianas, comendo muita massa sempre, tomando muito vinho e o melhor de tudo. FALANDO EM ITALIANO.

Preciso ressaltar que ha muitas passagens MUITO engraçadas durante todo o livro e em especial na Italia!

Pag. 49 - Liz comenta sobre a depressao apos o divorcio e os recursos usados por ela para vencer essas etapas.

"Eu parei de comer carne (por pouco tempo, mesmo assim) depois que alguem
me disse que eu estava "comendo o medo do animal no momento da sua morte". Uma lunatica nova era massagem terapeuta me disse que eu deveria usar calças de cor laranja, para rebalancear meu chacras sexuais, e meu irmao - eu na verdade
usei!"

Pag. 69 - Liz num estadio de futebol assistindo (com Lucas Spagetti) ao jogo Lazio x Roma - descreve os comentario de um senhor assistindo ao jogo.

"AAAAAAAHHHH! VAFFANCULO! FILGIO DI MIGNOTTA! STRONZO! CAFONE! TRADITORE"....
(e por ae vai... hilariamente!)

Pag. 71 - Liz e seus comentarios sobre seu italiano.

"(...) E entao eu serei uma verdadeira garota italiana, ao inves de uma
total americana que ainda nao consegue ouvir alguem chamar do outro lado da rua o amigo Marco sem querer institivamente gritar de volta POLO!"

Os meses na Italia foram gastos em sua maioria em PRAZER, o delicioso prazer de COMER!
O objetivo de Liz era apos o cafe da manha (delicioso por sinal), andar pelas ruas a procura de um otimo restaurante para o almoço e em sequencia... encontrar o proximo para o jantar. Experimentou as delicias de Sicilia, Florença, Roma, Veneza... e foi a Napole experimentar a melhor pizza do mundo!

Na Italia tambem ela se livrou dos anti-depressivos e descobriu a força dentro de si, seu EU interior que a ajudava sempre que os fantasmas da depressao a invadiam, e terminou definitivamente seu relacionamento com David.

Em India, com um outro objetivo em mente, Liz vai para um Ashram, uma especie de templo para retiro espiritual, onde pessoas adeptas a meditaçao vao para aprofundar seus estudos e atingir novos niveis.

A rotina eh basicamente essa: todos acordam as 03:30 da manha para 1 hora de meditaçao na caverna escura. Depois, no templo central, cantam por quase 1:30 o hino chamado Gurugita, com 182 versos, e em Sanscrito. O resto do dia eh dividido entre afazeres domesticos (limpar, passar, cozinhar) e mais meditaçao. Dormem as 21:00h.

Carismatica e faladora, logo Liz faz amizades. Entre eles esta o Richard do Texas, personagem engraçadissimo, de uma sabedoria simples e amavel, que se tornou grande amigo e conselheiro de Liz, a quem deu o apelido de Groceries (Comestiveis - apos ver o tanto que ela comia durante as refeiçoes).

No Ashram Liz, ainda lidando com os traumas do divorcio e os sentimentos por David, com a ajuda dos amigos, da meditaçao e os ensinamento da sua Guru, atinge outros niveis de meditaçao e livra-se (apos muitas lutas) da culpa por ter abandonado o marido, consegue se perdoar e perdoar o ex (graças a iniciativa do novo amigo, o encanador/poeta de Nova Zelandia). Aprende a ter um relacionamento profundo e verdadeiro com Deus.

"Oraçao eh um relacionamento; metade do trabalho eh meu. Se eu quero
transformaçao, mas nao consigo nem me incomodar para articular o que exatamente estou mirando, como isso vai acontecer? (...) Eu me ajoelho ali no templo com meu rosto naquele chao de marmore gelado pelo tempo que for preciso para formular uma autentica oraçao". (pag. 177)
Eis aqui seu objetivo na India - ORAR (ou rezar como diz a traduçao do livro em portugues, que eu por sinal, discordo).

Por fim, Indonesia.

Liz retorna para Indonesia apos 2 anos. Na primeira viagem (a trabalho) conhece o "curandeiro" Ketut Liyer que apos ler sua mao, diz algumas coisas sobre o momento em que Liz esta vivendo e prediz que ela voltara em breve para morar por algum tempo. Liz pede para Ketut ajuda-la a encontrar Deus. Aqui esta ela de volta.

A primeira amizade em Bali, Mario - empregado do hotel em que ela se hospeda - que a leva para Ketut Liyer e em breve, a ajuda a mudar do hotel para uma casa alugada. Liz passa, a principio, suas tardes com o novo amigo curandeiro, observando seu trabalho com os que o procuram.

Com o desejo aprofundar seus estudos na meditaçao, Liz pede que Ketut a ensine outros tipos de meditaçao... Ketut a ensina a meditaçao Balinesa... sorrir com o figado!

Basicamente, sentar na posiçao de meditaçao e sorrir. Ao atingir o nivel mais alto, ela estaria entao sorrindo com o figado.

Na casa nova, com um jardim maravilhoso, Liz conhece Yudhi, de 27 anos, que fala ingles perfeitamente bem e apaixonado por Nova York... em pouco tempo se tornam amigos e trocam historias e confidencias.

Apos um acidente de bicicleta e para sua surpresa, nao receber ajuda de Ketut, Liz visita uma lojinha de produtos naturais/restaurante/spa massagem, e eh onde conhece Wayan curandeira/cozinheira/massagista. Nem preciso dizer que em menos de 4 horas, Wayan e Liz ja eram amigas-irmas.

Atraves de Wayan, Liz conhece Armenia de Oliveira (uma brasileira muito sexy e sempre otimamente vestida) que a convida para uma FESTA BRASILEIRA em BALI! Onde ela experimente a famosa feijoada (com direito a descriçao e tudo!) e os drinks brasileiros (entende-se por caipirinha), onde eh apresentada a Felipe (um brasileiro de 50 e poucos, charmoso, inteligente, divorciado).

Felipe e Liz passam otimos momentos juntos, dividem historias, experiencias, duvidas e sentimentos.

Em Bali, Liz encontra o AMOR.


Eu gostei do modo que a autora escreveu o livro, linguagem coloquial, extremamente engraçada, conversando com os leitores enquando conta suas aventuras. Outro detalhe interessante, e que particularmente eu adoro, quando os autores citam frases de outros autores ou pensadores para acrescentar a historia, ou exemplificar o que ela tenta explicar. Aquela coisa de: Fulano de tal falou em seu livro... Lembrando de Ciclano de tal que um dia disse... Eu amo! E ela cita desde Santo Agostinho, Dante, a Walt Witman.

Em muitos momentos achei repetitivo, principalmente nos assuntos divorcio/David/assuntos religiosos. Apesar de nao concordar com muitas das opinioes religiosas dela, nao ser adepta a Yoga, nem acreditar nessa historia de Guru, de reencarnaçao, de chacras, etc, etc... aprende-se bastante sobre outras culturas e crenças atraves das explicaçoes de Liz em meio as historias.

Eu amei o livro, tanto que busquei informaçoe sobre os personagens da historia e claro, queria saber se o amor encontrado em Bali ainda dura. Para minha felicidade, encontrei detalhes e fotos no site da autora. Quem quiser saber tambem:


Tuesday, January 13, 2009

Andanças

Nem acreditei quando acordei suando hoje. Cade o frio?
Finalmente o Sr. Sol deixou de fazer o papel de figurante e apareceu hoje para aquecer.
Como estou de folga do trabalho, resolvi sair de casa e aproveitar os 70ºF (21ºC) depois de varios meses nos 40ºF (5ºC) ou menos.
Supermercado. Banco. Reciclagem...
Nao resisti. Nao consegui. Foi mais forte que eu.
Tive que parar na Borders (uma das minhas livrarias preferidas). So por uns minutinhos. So pra da uma espiadinha.
1 hora e 33 minutos depois saio de la.

Comprei 2 livros!!! Aiii que delicia.

Eu sei, eu sei, ainda tenho pelo menos 15 livros na minha lista. Tambem sei, sei que nunca sigo fielmente a lista que tenho. Nao os leio em ordem, o que realmente determina o proximo livro a ler eh meu... meu... aah nao sei realmente, depende do meu "estado de espirito" quando olho para minha pequena e fofa biblioteca particular.
Meus amigos ja me perguntaram o porque de eu COMPRAR todos os livros que quero ler. Porque nao empresta-los? Biblioteca serve pra isso afinal. Amigos idem.
Nao consigo.
Tenho um desejo incontrolavel, pulsante, estranho e ciumento de possuir TODOS os livros que tenho vontade de ler. Posso empresta-los PARA alguem, mas nao gosto de empresta-los DE alguem. E nisso comecei meu vicio.
Sim, vicio.
Vicio este que passou inclusive para meu marido. Passamos horas e horas em Cebos a procura de bons achados. Compramos aos montes. Ele prefere os classicos e em capa dura, versao para colecionadores. Eu tambem prefiro os classicos porem, em paperback porque gosto de marcar, escrever algo nas paginas ou partes que mais gosto. Nao vejo problema em dobrar a pagina, escrever, etc. Afinal livros sao para ser usados e abusados da melhor e mais gostosa maneira possivel. Eh assim que me delicio neles, para dor e pavor da minha amiga Dani Bivar que guarda seus livros como reliquia, com pena ao virar as paginas para que nao amassem.

Mas entao, voltando a HOJE!
Comprei meu primeiro livro do Henry James - The portrait of a lady (sim, sim eu amo os classicos da Literatura Mundial... Americana, Russa, Inglesa, Oriental), como disse Montesquieu: "Ateh que se tenha lido todos os classicos, nao vejo motivo para se atentar aos novos". Concordo com ele, em parte.
Quando quero da um tempo nos classicos, leio Literatura Contemporanea (estou lendo agora Eat, Pray, Love da Elizabeth Gilbert, lançado em 2006).

E comprei... tchan, tchan, tchan, tchan... A divina Comedia, de Dante!
Sempre quis ler esse livro, sempre, sempre. Mas sempre achei um fardo ter que comprar 3 livros por preços absurdos para completar a trilogia.
Outro pequeno grande detalhe, o livro original eh em verso. Aaaargh, nao tenho essa paixao por literatura em verso, ateh hoje nao consegui terminar Paradise Lost do John Milton porque meu ingles nao eh totalmente desenvolvido a ponto de entender os pensamentos mais intimos de John Milton nas entrelinhas. Pooooorque??? Poooorque???
O unico livro em verso que li completo foi o do T. S. Eliot, The Waste Land, que apesar de ser dificiiiiiilimo, consegui entender e me deliciar com a ajuda do marido... Um desespero!
Entao, encontrei The Divine Comedy em PROSA! E melhor que isso, os 3 livros em 1, e pra minha felicidade plena... EM PAPERBACK, uma pechincha de $7,95.
Tem como resistir???

Nao sei exatamente quando começarei a le-los mas pode ter certeza que em alguns meses, ou ateh mesmo anos, comentarei aqui os prazeres regozijantes vividos por mim ao sentar no meu cantinho, abri-los e sentir as palavras flutuando na minha mente enquando as imagens maravilhosas se formam.

Ai, ai... que divino.

Thursday, January 8, 2009

The book thief (Markus Zusak)


Eh tao bom quando terminamos de ler um livro e vem aquela sensaçao de: Porque acabou? Que vontade de saber mais!

Vi The Book Thief - A menina que roubava livros - no inicio de 2007 em uma livraria em Manaus, o titulo me chamou atençao e despertou curiosidade mas nao o comprei.

Em agosto de 2008 minha irma veio me visitar e estava lendo esse livro... enquanto dirigia para San Francisco notei a Jak chorando horrores, perguntei se ela estava passando mal, as lagrimas rolavam pelo seu rosto como cachoeira. "Voce tem que ler esse livro", foi o que ela me disse.


"Era Janeiro de 1939. Ela tinha nove anos de idade. Em breve teria dez.
Seu irmao estava morto". (p. 21)

Liesel Meminger é a garota citada acima.
Quem conta a historia? A morte. E a morte viu a menina que roubava livros 3 vezes em suas andanças pelo mundo e principalmente pela Alemanha, França e Russia, enquanto buscava as almas daqueles que morriam por causa da guerra.

Durante a viagem de trem para Munique onde ela e o irmao mais novo, Werner, encontrariam seus novos pais adotivos/tutores, Liesel testemunha a morte do irmao. Apos o enterro, ela percebe um livro cair do bolso do jovem coveiro. Poucos minutos depois, algo preto e retangular estava seguro nos firmes e gelados dedos de Liesel, o livro tinha letras prateadas na capa.

Quem testemunha o fato? A morte, aqui é a primeira vez que a morte ve Liesel.

Liesel chega a Munique com a mae e é entregue as autoridades. A despedida foi dolorosa. Mal ela sabia que estava vendo a mae pela ultima vez.

A nova cidade? Molching, um calmo caminho no suburbio de Munique.
A nova rua? Himmel = Heaven = Paraiso. "Quem nomeou Rua Paraiso certamente tem um saudavel senso de ironia" (p.26).
Os novos pais? Hans e Rosa Hubermann.

Apos os estranhos primeiros dias, ambos começam a adaptaçao a nova vida.
Rosa, a nova mae, sempre a gritar e xingar tanto Liesel ("Saumensch = "Sua porca suja") quanto o marido ("Saukerl" = "Seu porco sujo"), lava e passa as roupas das 5 familias mais ricas de Munique. Cozinha horrivelmente mas guarda no fundo de si um lado sensivel e generoso que aparece nos momentos mais dificeis.

Hans eh o tipico doce, sensivel e carinhoso pai, é quem esta ao lado de Liesel todas as noites quando ela acorda dos horriveis pesadelos que tem com o irmao. Hans é quem descobre o primeiro livro roubado por Liesel embaixo do colchao e mais tarde ao ter conhecimento que aos 9 anos de idade a menina nao sabe ler nem escrever, começa as aulas noturnas apos os pesadelos, e a ensina as primeiras letras do alfabeto.

Hans ama cigarros, ama mais ainda enrolar os cigarros. É pintor e toca o acordeao em pubs pela cidade para ganhar um dinheiro extra. Sobrevivente da I Guerra Mundial - "Ele ja tinha me escapado numa guerra mundial mas seria mais tarde colocado numa outra (como um perverso premio), onde ele de certa forma gerenciou me evitar de novo" (a morte falando de Hans - p. 34)

Titulo do primeiro livro? Manual para coveiros. 12 passos para cavar uma cova com sucesso. Publicado por Bayern Cemiterios Associados.

Agora matriculada num colegio de freiras, Liesel enfrenta a vergonha de ser a mais velha da turma e com menos conhecimentos. Conheçe o visinho Rudy Steiner (8 meses mais velho que Liesel, de cabelos da cor de lima, um dos 6 filhos dos Steiner, estava sempre faminto) durante o jogo de futebol, apesar das brigas e discussoes no começo, Rudy e Liesel se tornam melhores amigos em pouco tempo. Dividem sentimentos, alimentos, brigam, cometem pequenos furtos juntos, xingam-se mas Rudy nutre um sentimento a mais por Liesel que nao retribui (ou pelo menos finge nao retribuir). Sempre que tem oportunidade Rudy pede um beijo de Liesel por alguma coisa boa que tenha feito a ela. Nunca Saukerl! é o que sempre ouve.

A perseguiçao aos judeus começa, o exercito de Hitler começa o recrutamento de adultos enquanto as crianças participariam do Hitler Youth. Livros sao queimados em praças publicas.

Unico livro permitido? Mein Kampf, o livro escrito por Hitler.

A multidao ao redor da montanha de livros a espera de fogo para celebrar o aniversario da Furia nao permite que Liesel se aproxime. Quando a multidao se dispersa, soldados limpam a agora montanha de cinzas. Liesel ve entre as cinzas 3 livros, quase intactos, sobreviventes, um pouco molhados. Arriscando-se a ser queimada pelo fogo ou ser vista pelos soldados, Liesel faz algumas tentativas e finalmente alcança um livro de capa azul e o enfia embaixo do seu uniforme. Sentindo a sensaçao de ser observada, Liesel percebe que foi vista por Ilsa Hermann, a mulher do prefeito, um dos clientes de Rosa.

Segundo livro roubado? The shoulder shrug - A contraçao dos ombros.

Liesel lê os livros com o pai, algumas vezes durante as madrugadas apos os pesadelos; outras vezes no porao, onde escrevem nas paredes as palavras desconhecidas. Outras tantas as margens do Rio Amper enquanto o pai toca o acordeao e fuma seu cigarro. Em uma das visitas a casa do prefeito para buscar ou entregar as trouxas de roupa, Ilsa a convida para entrar e apresenta sua biblioteca particular, maravilhada por nunca ter visto tantos livros juntos, Liesel passa horas admirando as prateleiras e passando a mao pelos livros... eh outro lugar onde ela passara muitos momentos, lendo sentada no chao enquanto eh assistida pela esposa do prefeito sentada em sua mesa. Trocam pouquissimas palavras uma vez que Liesel conhece bem a historia de Ilsa que perdeu o filho ainda jovem.


A guerra começa, as restriçoes tambem. Por varias vezes as ruas de Munique testemunham as paradas dos Judeus, quando para humilha-los, os soldados de Hitler os fazem andar pelas ruas da Alemanha ateh os campos de concentraçao.
Rosa começa a perder seus clientes, apenas 1 resta. O prefeito.
Um novo habitante na casa dos Hubermanns. Um judeu. Agora eles escondem um judeu no porao.
O prefeito tambem cancela os serviços de Rosa. Liesel desesperada nao porque nao terao menos dinheiro, mas sim porque nao mais podera ler na biblioteca do prefeito, grita e ofende Ilsa Hermann, dizendo tudo o que sabe sobre a morte do filho de Ilsa. Desabafo.


A soluçao? Roubar os livros. Certo dia, andando famintos pela cidade tentando roubar frutas sem sucesso, Liesel tem a ideia de roubar da casa do prefeito. Na primeira tentativa tudo o que consegue é roubar um livro. The Whistler -O assobiador.


Max Vandenburg, 24 anos, eh filho do homem que salvou a vida de Hans na I Guerra, o homem que o ensinou a tocar o acordeão, o homem que morreu no lugar de Hans. Nao por obrigaçao mas Hans tem o dever de ajudar o jovem Max. Ao chegar compelatamente debilitado, fraco, faminto e humilhado a casa dos Hubermanns em uma madrugada fria, Max é acolhido e passa a primeira noite no quarto de Liesel.


Os tensos primeiros dias passaram, Max dormiu por varios dias seguidos e apos outros tantos dias de estranhamento e adaptaçao descobre em Liesel um apoio para tantos sofridos momentos que virão. É a menina que traz informaçoes sobre o tempo, empresta os livros, le para Max, divide experiencias, o acorda quando tem pesadelos (um ponto em comum entre os dois), faz boneco de neve no porao, traz jornais usados para que Max responda as palavras-cruzadas.


Quando a cidade é atacada ou está sobre ameaça, as sirenes começam a tocar e é hora de procurar abrigo no porao dos Fiedlers que abriga um total de 22 pessoas, entre elas os Hubermanns, os Steiners e os Mullers. Max nao podia acompanha-los e na primeira vez que ele se ve sozinho na eminencia de um bombardeio, deixa o porao e caminha até a janela, onde vê o ceu pela primeira vez apos 22 meses. Enquanto isso, Liesel e a familia no abrigo dos Fiedlers começa a ler seu livro para passar o tempo, em pouco minutos as 22 pessoas no abrigo estao concentradas em Liesel e nas palavras que saem da sua boca.


Ao saber da historia e encantado pela garra, empenho e delicadeza de Liesel ao ve-la lendo seus livros, tentanto faze-lo se sentir bem, tentando melhorar seus dias de sofrimento e agonia no frio porao e sua atitude no abrigo dos Fiedlers, Max desenha e escreve historias para a menina. The world shaker é como ele a chama, porque acha que Liesel muda o mundo com suas palavras, e mais que isso, sabe que Liesel reconhece o valor e o poder que as palavras podem exercer na vida das pessoas.


Sempre que termina de ler o ultimo livro roubado, Liesel "visita" a casa do prefeito para buscar o proximo. A essa altura Ilsa ja sabe das visitas de Liesel, algumas vezes deixa biscoitos para a menina, outra vez uma carta e um dicionario, caso encontrasse alguma palavra desconhecida.
Durante uma das "paradas dos Judeus", Hans nao se controla ao ver um velho judeu cair no chao fraco e faminto e desesperadamente se aproxima para ajudar e da-lhe um pedaço de pão. Chicoteado pelos soldados de Hitler, Hans eh carregado por Liesel e Rudy para casa... Desesperado sem saber o porque do que fez, Hans vê Max partindo sem destino... é aqui que o desespero começa.


Pouco tempo depois, Hans recebe uma carta convocando-o para a guerra. O mesmo acontece com a familia de Rudy Steiner, recebem uma convocaçao para o pai, Alex, poucos dias depois de os pais negarem o alistamento de Rudy para um colegio militar. Revoltada Liesel faz sua ultima visita a casa do prefeito, incontrolada rasga as paginas do livro mas deixa um recado pedindo desculpas a Ilsa pelo livro e despedindo-se. Nao mais vira "roubar" seus livros.


Hans vai para a Guerra...
Liesel recebe a visita de Ilsa Hermann que a presenteia com um diario. Ja que ela nao quer mais ler os livros, sugere que a menina comece a escrever seu proprio livro.
Alex Steiner parte alguns dias depois...
A cada "parada de judeus" Liesel corre para as ruas na tentativa de encontrar Max entre os judeus que caminham em direçao ao campo de concentraçao.


Apos quebrar a perna durante o capotamento de um caminhao militar, Hans eh enviado para casa.
Liesel passa as noites no porao escrevendo sua historia. A menina que roubava livros...
Outra parada de judeus. Liesel ve Max, corre para falar com ele, é afastada pelos soldados. Insiste. Max conta como o capturaram. Os soldados a espancam. Rudy a ajuda.


Rosa, Liesel e Rudy esperam por Hans na estaçao de trem, contam sobre Max. Desespero.
Pela primeira vez Liesel conta sobre Max para Rudy. Pela primeira vez ela sente vontade de beijá-lo, ou que Rudy a beije. Em silencio ela implora por isso.


Liesel escreve sua historia no porao.
A rua Himmel eh atacada e bombardeada por avioes inimigos.
A morte trabalha incessantemente carregando as almas das vitimas da Rua Himmel. É quando a morte ve Liesel pela segunda vez. E Liesel deixa para traz um livro. É esse livro que a morte lê e usa para contar a historia da menina que roubava livros. Até encontrar e devolver para Liesel na terceira e ultima vez que a encontra.


Impossivel nao chorar nos ultimos capitulos do livro. Agora entendo as lagrimas da minha irma, como nao se emocionar ao ler os ultimos acontecimentos? Claro que nao contei aqui, eh preciso ler para "viver" o que acontece na Rua Himmel apos Liesel contar para Rudy sobre Max e apos os bombardeios.
** UMA ULTIMA NOTA DO NARRADOR **
Sou assombrado por humanos.